segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tudo permanecerá...

É sempre intrigante que as nossas mais “doces e lindas” palavras são sempre ditas quando algo dentro de nós chora e sangra... Por que não há beleza naquilo que é dito sorrindo? Por que só há belo quando há dor, sofrimento e tristeza?
Os dias ensolarados que existiam dentro de mim se foram com uma brisa suave que passou por mim e eu nem percebi... Levou com ela os raios de sol, as recordações, os momentos que impulsionavam o prazer de viver e que estouravam sorrisos espontâneos e sem sentido nos lábios... A mesmo brisa que passou trouxe um vendaval deixando o tempo cinza aqui dentro. Trouxe a tristeza, a solidão e a amargura de se sentir só, ferida e sangrando mais uma vez...
As vezes quando a madrugada avança a noite e o céu chega a dar medo pela imensidão da escuridão e fecho os olhos, sinto o vento e só me pergunto o porque ou o porque não de tudo isso... Mas ai o instante seguinte já trás o amanhecer e o tempo já se foi e eu, mais uma vez, nem vi, percebi, vivi...
Os pensamentos que voam e pairam de lá pra cá me pedem pra te deixar partir e seguir, enquanto meu coração se derrama em piedade e desespero pedindo pra você voltar e ficar... E quando eu choro e suspiro e me inspiro e respiro eu me pergunto com relutância e incredulidade até quando vou precisar sofrer e sangrar pra que você perceba que eu amo você demais... Aonde faltou coragem, amor, ousadia... Fui eu ou você? Foi à vida, o destino ou o caminho que nos fez assim? Enfim...
As escolhas foram feitas, sua felicidade paira à toda sua volta e eu continuo à margem de ti, num canto qualquer à espera de você... Eu não vou dizer que desisti, apenas que, por agora, cansei de sofrer...
O demais já transbordou, a saudade, a dor, o sangrar, as feridas ainda abertas, a lágrima ainda molhada, a ausência... O que faltou ficou, o amor, o carinho, o desejo, o sorriso...
Já não me cabe o amanha, o nós dois, o inteiro... Só me cabe o ontem, o eu, a metade que restou...
Tudo em mim permanecerá em ti, até que a vida me leve por caminhos onde eu possa reencontrar minhas partes... Guarde com carinho o que eu fui, não fui e desejei ser por mim, por você, por nós dois... Não esqueças jamais que lhe amei e lhe amarei a eternidade dos dias que se passarão sem você...

“Lembra [sempre] o que valeu a pena...” (TM)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Amanha...

O que traz o amanha?

Traz um novo nascer do sol que surge no horizonte trazendo consigo novos ventos e a esperança renovada daqueles sonhos e desejos que insistem em habitar nossa alma... Traz um despertar mais sereno, com um dia pela frente onde tudo pode ser diferente, ou igual, onde pode ser mais um dia, ou um dia especial... Traz a lembrança do ontem, a nostalgia de sorrisos e vozes que já não aparecem mais, que já na escuto mais... Traz a fé de um futuro que pode ser e quem sabe se será ou não será, já não me cabe mais perguntar, saber, entender... Traz a dor de dias que passaram e não voltam mais, a saudade apertando no peito, a tristeza pairando no ar, a solidão rodeando a minha volta... Amanha tocarão as mesmas musicas, amanha passarei pelas mesmas ruas e calçadas, seguirei pelo mesmo caminho sem saber onde ele me levará... E mais uma vez que continuo seguindo, pelas sombras e abismos, cantos e destinos, deixando resquícios e indícios meus pra trás, esperando o dia que, novamente, te verei caminhar em minha direção...
Amanha é distante demais, é instante eterno do ontem vivido e desejado para o segundo seguinte... Amanha é o que eu queria hoje e não aconteceu, é o deixei pra depois e ficou, é o que não permanecerá, o que ficará pelo caminho... O amanha é o que seguirá em mim, meus sonhos e olhares, desejos e afins, meus sentimentos e recordações, meus momentos, sorrisos, desilusões...
Amanhã é o belo, o incerto, a duvida, a certeza, o sonho, a bonança, a tempestade, o desejo, não sou eu, não é você, somos nós.
Ei... Amanha eu ainda estarei aqui. Um coração. Uma vida. Uma alma. Sempre, a te esperar... Nao demora... Estou sentindo sua falta...
Ao som de 22-11 (Teatro Mágico)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Não há como dizer...

Eu comecei e recomecei este post inúmeras vezes... Escrevi parágrafos e apaguei, palavras e mais palavras que surgiram e depois perdiam o sentido, nenhuma delas conseguiu de fato falar e expressar tudo o que eu queria realmente dizer... Sinceramente? Não sei se conseguirei. Na verdade não sei nem se isso é possível... Sei que existem coisas lindas e maravilhosas para serem ditas, mas eu não me satisfaço com o pouco que as palavras me dão quando eu dimensiono o que existe em mim, hoje... [E eu sei que o post não vai ficar bom, mas eu preciso escrever qualquer coisa...]

Você há muito tempo se foi... Não totalmente, mas se tornou uma constante ausência e saudade dentro dos meus dias vividos repletos de nostalgia... Uma verdade não vivida ainda, um filme cheio de cenas imaginadas e jamais sentidas, desejos e vontades não cumpridas, eu e você, você e eu... Naquele momento, eu sem você... E mesmo assim, tudo em mim era esperança e fé, vividas a cada instante na duvida de um outro dia, um dia a mais, um momento futuro... Parei de brigar com meus sentimentos e lutar para que tudo que me lembrasse você sumisse de mim, da minha volta, das fotos no mural, das musicas, lembranças, saudades, pensamentos... Da minha vida... Parei de me questionar, parei de desejar, parei de chorar... Parei de fechar os olhos e buscar os seus, que dia após dia sumiam lentamente das minhas lembranças... Eu já não recordava mais o seu cheiro, o seu toque, não lembrava a textura dos seus cabelos... Parei de brigar com o tempo... Não que eu tenha começado a compreende-lo e a aceitar que as coisas tinham simplesmente que acontecer assim, mas já não me cabia mais, não tinha mais forças, já não era, nem seria, nem foi, nem jamais.
Da inesperada partida a vida trouxe novamente inesperadas surpresas... Inesperados reencontros. Inesperados momentos.
Não há como descrever os inúmeros segundos que passei e o que causaram dentro de mim porque não há palavras suficientes e capazes de dizer, de expressar...
O que eu simplesmente posso afirmar é que você, de novo, mexeu comigo... De uma forma diferente desta vez. Agora eu entendi o valor de um momento, como ele pode ser intenso, especial e simplesmente ser... Sem ontem, sem amanha, sem mais... Ser simplesmente, essência... Muito mais [obrigada Fernando!!]...
Nos instantes que te senti perto de mim aproveitei pra que você jamais esquecesse meu toque, meus carinhos, e a intensidade com que vivo cada minuto ao seu lado... Aproveitei pra sentir sua respiração, o bater do seu coração ritmado, o toque suave da sua pele, os seus traços, seus olhos... Tudo em ti passou a pertencer a mim, um pouquinho a mais... Um momento a mais...
Já não há o que dizer por mais que eu queria e por mais que as palavras insistam em saltar... Nada é pleno, nada é suficiente, nada será, jamais, eterno...
Um momento a mais que me deu motivos a mais para sorrir e afirmar que a vida é inesperada, linda, surpreendente... E mais, um momento a mais que me deixou afirmar que sim, o mundo dá voltas e nas curvas que traçamos pelo nosso caminhos caímos, as vezes, em abismos e desconhecidos, mas agora levo sempre a certeza que na próxima curva, eu posso te ver vindo na minha direção... De calcas jeans e camisetas pretas... Um olhar cor de mel e um abraço apertado pra acabar com a minha saudade e me preencher de presença...
Seu cheiro, seu toque, você inteiro estão dentro de mim... Por ontem e por hoje... Amanha já não me cabe saber... Já não importa... Se assim for que seja... Inesperado. Surpreende.
Que seja. Um momento a mais. Simplesmente.
E já que não consigo falar por minhas palavras, pego algumas emprestadas...

“E toda vez que vier, felicidade vai trazer, a cada vez que quiser, basta a gente querer, ser desta vez a melhor. E toda vez que vier, felicidade a mais, a cada vez que quiser, basta a gente dizer, uma só vez, uma só voz...” (Moveis Coloniais de Acajú)

Obrigada. Por cada segundo. Por cada lembrança. Obrigada pelo eterno.
Mais do que nunca faço valer e prevalecer desta: “Lembra o que valeu a pena, foi nossa cena não ter pressa pra passar” (TM)